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  • Foto do escritorCarol Derschner

Hospitalidade: a arte de receber

Atualizado: 20 de mar. de 2021

Receber é uma arte que revela muito mais do que podemos ver, pegar e sentir. Como fazer caber o tempo do acolhimento em dias tão corridos que parecem que nos soprarão para fora da janela na primeira oportunidade?


Em seu livro “Introdução à Hospitalidade”, John R. Walker nos conta que na Antiguidade os viajantes muitas vezes contavam apenas com a hospitalidade de moradores comuns e suas casas ao longo do caminho, para pousarem durante suas jornadas.

Abrir a casa para algum estranho ou mesmo receber convidados distintos em algum reinado, traziam à tona a hospitalidade como uma prática que poderia ir da benevolência, até os rituais mais sofisticados da nobreza, que poderiam incluir troca de presentes e também de demonstrações de apreço entre quem se aproximava e quem recebia. Um hábito mantido até hoje quando, por exemplo, uma autoridade decide visitar outro país e é bem recebida por seus governantes. Ocasiões nas quais pequenos detalhes podem ajudar a criar um clima propício para que parcerias e acordos importantes sejam firmados. Decisões que influenciarão o destino de nações inteiras, depois de uma breve, mas hospitaleira visita.


A infinidade de livros, cursos e até mesmo manuais de etiqueta e boas práticas na recepção de pessoas se popularizou e fez ponte com gigantes setores, como o turístico e hoteleiro. Indo um pouco além destes vetores econômicos e também das tradições e costumes culturais, que podem variar bastante de local para local, para muitas pessoas um tom de alegria paira sobre todos os preparativos e pequenas cerimônias que fazem parte da arte de receber até os dias de hoje.


Numa simples limpeza ou arrumação, até o preparo e montagem de uma refeição ou o passar de um cafezinho fresco, se expressa a vontade de querer bem quem vem. É por isso que toda pessoa que desfruta do carinho da hospitalidade sempre pode ganhar mais do que um eventual petisco ou copo de água fresca, leva intenções, bons desejos e também, se tiver sorte, a vontade de voltar...


Quando há tempo e disposição para se preparar o ambiente para uma ocasião especial, em cada detalhe pode se revelar não somente os agrados daquilo que é palpável e visível, mas também as intenções agradáveis, que fazem parte de receber aqueles que amamos, ou ao menos, queremos bem!

Preparar ambientes com nossos melhores pensamentos é um ofício artístico. A disposição em dar espaço para a receptividade, trocas, acolhimento e convivência, é um convite para que uma boa atmosfera se aninhe em qualquer cantinho em que seja convidada. Deixemos o requinte de lado, no calor de uma churrasqueira, na água que se ferve para tomar o chimarrão na calçada em frente de casa: ali onde o carinho e o bem querer puderem se instalar, eles estarão...

Penso nos ritos, na importância deles e como eles nos conectam com atividades, cerimônias ou ocasiões, preparando-nos para algo. Nos aniversários surpresa. Na senhora que lava com carinho sua roupa dominical, lá longe, em uma cidade esquecida pelo Brasil. No preparo conjunto que pode anteceder a Ceia de Natal ou mesmo nos dias que antecedem a celebração do Natal em casa. Na florista que concede aos noivos, muitas horas antes da cerimônia, um ambiente que traduza da melhor forma possível os sentimentos e intenções ali envolvidos, desde a cor de uma flor, até laços e velas que podem tornar o simples especial. O amor é especial.


Para todas as pessoas que abrem a porta para um cafezinho com amor ou atendem com prazer, seja num restaurante fino ou na lanchonete da rodoviária, meu olhar de perplexidade e aprendizado se agiganta. Como fazer caber o tempo do acolhimento em dias tão corridos que parecem que nos soprarão para fora da janela na primeira oportunidade? Em dias cheios de tensão e urgência, que nos tiram o sorriso do rosto com facilidade.


Continuo a olhar para estas pessoas: muitas vezes podem não possuir cargos importantes, dinheiro ou despontarem em sucesso, tal como o entendemos hoje. Como subestimamos certas habilidades sociais só porque não podem ser colocadas na ponta do lápis no fim do mês ou porque não se convertem em seguidores nas redes sociais! Quanto vale tornar o dia de uma pessoa melhor? Essas pessoas... Ah essas pessoas, como a vida precisa delas hoje em dia. Talvez fosse hora da sociedade passar a valorizá-las mais, pois é para elas que corremos, quando vez por outra, neste mundo hoje já tão estranho, procuramos nos sentir um pouco mais em casa em qualquer lugar.


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